Sobre o papel

O risco sobre o papel borrou-me por dentro,

Na mesa redonda, sentenciamos. Lá se iam tantos anos...

Infindável lamento.

Com a despedida, o descaminho dos planos.

Da frígida despedida nasce um abraço apertado, confesso, não esperado,

Momento de lágrimas mútuas, bochecha com bochecha, escorrem enquanto as mãos percorrem os cabelos.

Te aperto, te sinto por dentro, naquele instante inusitado,

De amor impermisto, tão teu quanto das cartas os celos,

Permita que eu te ame, de graça, sobrestado.

Exijo nada em troca, assente minha fantasia.

Releve se em ti hei de pensar todo dia.

Não me puna por isto, se não sou mais quisto e não há mais lugar pra mim no teu sentimento...

Deixe que eu sonhe,

Libere o meu sonhar...

De um dia ver você voltar.

Demétrio Peixoto
Enviado por Demétrio Peixoto em 05/12/2012
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