CORRENTEZA.
Despe-me a alma crua de esperanças
Lava-me os pensamentos incolores
Indulta-me o pranto inativo e amorfo
Ignora as dores e dissabores em vida
Se por tudo que pedi e não mereci
Não me condena às sombras mortas
Não desperdiça minhas alforrias
Não cala meu canto que reverbera
A mim sejas a correnteza redentora
O renascer das alegorias libertadoras
E da palavra-ação, as cores do arco-íris
E da semente, o broto, a árvore, o fruto
Que por fim sejas uma nova travessia
E em tudo , paz, alvoreceres –luz
E por merecimento, arrebóis-sol !