POEMA FEITO DE CHUVA
Manhã de chuva,
Lá fora, as plantas bebem a chuva,
A chuva, da areia, fez barro:
Ela adora brincar no barro!
Os pássaros encharcam-se de chuva;
Aliás, a noite toda tomou banho de chuva!
Quando o dia veio assumir seu posto,
A noite retirou-se molhadinha, dançando na chuva!
O dia, porém, entrou na chuva meio introspectivo
Quando eu pus a cara lá fora,
O dia me jogou um balde de água gelado,
Minha alma não gostou e vestiu no meu rosto
A máscara carrancuda da contrariedade!
Não, não é culpa do dia,
Minha alma amanheceu mal humorada!
Oh minh’alma! A Natureza molhada lá fora
Canta a canção da vida,
Ouça, a canção diz que, apesar das coisas pequenas,
Só o fato de existir já vale a pena,
Que ser feliz é nossa sina,
Que o Universo é nossa arena – não essa Terra pequena!
Oh minh’alma! Façamos da tristeza poesia,
Alegria, alegria,... Somos imortais, não morreremos jamais!