REMINISCÊNCIAS JUNINAS
Junho do romântico, do apaixonado,
dos santos tradicionais,
dos balões e das fogueiras,
das pipocas, das rancheiras,
da sanfona, das bandeiras...
Onde está?
Ficou lá atrás!
Junho eterno da alegria,
das promessas, "simpatias",
dos Josés e das Marias,
das botinas, fantasias,
do calor das noites frias,
das histórias que eu ouvia...
Onde está?
ficou lá atrás!
Junho dos amores conquistados,
dos namoros consagrados,
dos forrós tão afamados,
dos busca-pés assanhados,
dos casais tão animados,
dos eternos namorados...
Onde está?
Ficou lá atrás!
Que pena!
Noites de junho gostosas,
fogosas, esplendorosas,
felizes, maravilhosas,
são agora tão saudosas!
Que pena!
Ainda temos bandeiras, fogueiras,
mas onde estão as rancheiras?
Ainda temos quentões,
mas onde estão os balões?
Balões encantados, cantados,
acalanto dos namorados,
que engalanavam a noite,
que subiam e que subiam
e se transformavam em estrelas
lá no céu!
Saudade, tão somente saudade.
Que pena!
É... acho que o junho de outros tempos
de festança, encantamento,
de esperança, envolvimento,
virou um grande balão
que subiu e que subiu...
Foi brilhar no firmamento!