Ofaiés

Ofaiés

Delasnieve Daspet

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Povo miúdo de cor escura,

Outrora corriam nus e livres

Pelos cerrados de nosso estado.

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Andavam às margens dos rios

Paraná, Sucuriú, Verde,

Taquaruçu e Pardo.

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Praticavam suas danças e curas,

Manejando os seus arcos e cajás,

Caçando e coletando frutas e mel.

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Viviam em franco diálogo com meio ambiente,

Melhoraram a genética animal e botânica,

Nos ensinando que a sobrevivência

Depende do respeito do homem para com a natureza.

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Povo liberto, semi-nômade,

Escravizado e quase exterminado

Sua cultura e sua língua, resiste e insiste.

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Num pequeno espaço,

Aldeia ENODI, vigiam...

Carecem dos pressupostos para ingressar

No mundo neoliberal e preservar as velhas culturas...

É de esperanças que se vive!

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A chuva se aproxima, e, os sons das aves se calamm...

O totem do homem branco, de braços abertos,

Fala de liberdade, de respeito a todos os povos.

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Cansamos de plantar índios,

Cansamos de adubar Pachamama com o sangue,

Que se mistura a terra, e que grita ao mundo,

Forasteiros, deixem as terras dos Ofaiés!

DD_ Delasnieve Daspet - Campo Grande-MS, 10/11/12