APESAR DE MUITO AMAR
Eu sou livre como um pássaro.
Apesar de muito amar,
eu ainda me deixo aprisionar.
Falo da prisão dos meus devaneios
e sonhos; que são factíveis
Em meus pensamentos, só neles;
por isso mesmo aprisionados.
Entretanto, eu os liberto.
Eu os jogo ao vento...
E reorganizo o meu tempo.
Por que sou senhora dele.
E ordeno ao meu ser,
com toda a autoridade
que dele me arrogo a ter:
"Calma eu ainda hei de vê-lo
na liberdade de estar com ele.
Eu ainda irei libertar-me da facticidade
que é, por enquanto, não tê-lo,
mas enquanto isso não acontece,
eu determino à minha razão
que não me aprisione assim.
Eu preciso desatar as amarras,
para poder vivenciar a liberdade
e a plenitude do meu ser.
Apesar de muito amar...
Madalena de Jesus