broa de milho
a chuva caía na folha de zinco
o gado pastava despreocupado
o frio doía a mão do soldado
mulher preparava o jantar com afinco
foguetes e minas que iam explodindo
soldados matando e morrendo também
no pasto a essa hora não havia ninguém
só o gado comendo e as estrelas sorrindo
mas se de um lado a luta não finda
no campo se ouve o machado na lenha
um som que embala a broa de milho
se a vida não é tudo o que ser quer ainda
que ela se mostre ainda que prenha
pra que a gente enxergue onde está o seu brilho