Além visão

A qualquer preço pereço

Mas não esqueço

Que dentro de mim

Mora um esqueleto

Pois Minha alma vaga

Em algum lugar

No sonho tento a encontrar

Somente na ilusão

Consigo acreditar

Será?

Existira um dia

Deus amor diabo paixão

Sentimento que finda na emoção

De encontro com a morte

Sem perdão

Tentarei um dia sangrar

E não sentir o gosto amargo

Do ódio da doença do coração

Perdido!

E quando a foice me atacar

Enxergarei na noite

Pois minha vista

Pede para apagar

Aquela luz no fim do túnel

Que teima em brilhar!

Em sentido contrario a contradição

Perdido na solidão

Findada em tempos de tentação

Encaro a morte

O medo não me comove

A falta de calor traz a tona o calafrio

Que esquivo com toda sedução

A caminhar embalada por suspiros e sensação

Corro pelos verdes vales

Num deslize

Morro pelos Hades

Ao adentrar o inferno

Me convenço

A ironia me fez na vida

O cinismo não funcionou

Pois aqui me encontro

De encontro com Dante

Que antes passaste por lá como visitante

Agora no meu caminho

Encontro todos aqueles errantes

Ouço essa musica intrigante

Do fundo das entranhas

Não sinto aqui nada

É a vida já acabada

Na terra o funeral me vela

Mas não revela onde estou nem àquele pastor

Danado na vida: um amador

Não gostaria de se encontrar

Então ore e chores na hora da morte

Pois sim ela irá te encontrar

Mas então se nunca pecou

Entrarás naquele reino

Prometida terra benzida

Com a porta aberta

E suas mãos erguidas

Venerarão ao pai ao irmão

Dando graças àquele cristão

Quê enfim não morreste em vão

Fim infinito

Quão secreta aquela unção

Que te vem em soma de alivio

Separa o joio do trigo

Entrega-te então aquele abismo

No fim da queda sinistra

Com asas cortadas

Sem som ou nenhum aviso

Sentirá na espinha o arrepio

Um sopro te joga na queda imediata

Não quereria te dizer

Na vida nada se encontra

À morte sempre aponta

E só para na hora exata

Aquela hora que sua vista já cansada

Sôfrega

Escurece na explosão

Nunca mais enxergando amor

Se entregando a toda dor

Esvaziando da alma todo calor

Chora em volta da fogueira

Que não esquenta

E sim te queima

E te faz sentir na agonia sem fim

No infinito perdido