QUANDO VEM A ENCHENTE

Vejam como é linda a costa

Quando a água não amola

A diversão dos garotos

É nos campos jogar bola

Os adultos trabalham alegres

Os que estudam vão pra escola

E num vai e vem harmonioso

A vida se desenrola

Vivem alegres e contentes

Quando as águas estão baixas

Se "cambiando" pra Argentina

Trazem feijão, carne e graxa

Tem lenha e água a vontade

Sem precisar pagar taxa

Mas isto só acontece

Quando as águas estão na "caixa"

Porem quando se revoltam

As águas do grande rio

Catástrofe de águas sujas

Que tanta gente já viu

As águas vem se alastrando

Tomam conta dos baixios

E no coração dos costeiros

Chega a causar arrepios

As águas vão começando

A aumentar sua altura

E ficam na beira do rio

Por teimosia e bravura

Praticamente vivendo

Uma grande aventura

Pois as cheias para todos

São uma grande amargura

As águas vem devagar

E nunca vem de repente

Poucas vezes no inverno

Quase sempre em tempo quente

E isto alivia um pouco

A grande dor desta gente

Que alem do custo de vida

Ainda sofre com a enchente

E lá no alto Uruguai

Criam problemas demais

Depois as águas vem vindo

Destruindo os arrozais

Derrubam diques, barragens

Acabam com os trigais

Dando prejuízo ao Brasil

A Argentina e ao Uruguai

Da pena de a gente ver

Casas boas se quebrando

E gente sem condução

Nas costas as coisas levando

Sofrendo para levar tudo

Não deixar na água estragando

Pois o que fica na costa

As águas vão carregando

Talvez eu esteja errado

Mas é teimosia sua

Digo sem fazer rodeio

É a verdade nua e crua

Se vocês mudassem da costa

Não pousariam na rua

E ao deitar veriam um teto

E não só o céu e a lua

*cambiando/ passando pra... *Caixa/ leito do rio.

Silvestre Araujo
Enviado por Silvestre Araujo em 03/11/2012
Código do texto: T3967536
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