FLORA DE MIM: DO NOSSO HUMANO
Queria sentir menos dor
Menos cansaço
Menos angustia
Sentir menos empatia
E ao mesmo tempo menos remorso por isso
Queria sentir menos os anos
Menos as memórias
Menos as cicatrizes
Sentir menos as alegrias
E ao mesmo tempo as tristezas que levaram a isso
Queria sentir menos o que trago de mim mesma
Menos o gosto e o desgosto da minha postura
Menos as verdades e mentiras da minha sorte
E sentir mais das incertezas
e da liberdade da pagina em branco não escrita da vida de uma criança
E da possibilidade e da potencia de tornar o que há de ser
não sentir o peso dos acertos e o custo dos erros cometidos
e engatinhar ou mesmo não locomover até que o descanso seja pleno
pra me dar forças de erguer em duas patas e lutar às duas penas
Doce e dolorida dor do cansaço
Meiga e aflita pagina de passado
Me colore, me guia...
E bem que poderia ser remediada...