"A árvore que não era minha".

A menina da janela

sempre via a árvore que crescia.

Perdia horas, sem ver passar,

não entendia o porquê, de tanto cuidar.

No seu quintal, não havia espaço, para crescer,

uma árvore como aquela.

De tronco fino e pouca folhas,

logo cresceu.

A menina de tantas tarefas não percebeu,

o quanto o tempo passou,

e com lágrimas nos olhos, chorou de saudades,

de um dia, poder tocar em sua árvore amiga.

A menina começou a olhar, o que a árvore trazia para sua vida.

Observou que o muro crescia, e já a árvore linda, pouco via.

Em uma noite, preocupada em perder a sua amiga.

Abriu a janela, e com lençóis amarrados, desceu o muro que tanto cresceu.

Com as pontas dos pés, aproximou-se da árvore que a saudou com um belo abraço.

Buscou água e a regou, e a sua amiga mais linda ficou.

As gargalhadas saiam e barulho com as folhas a árvore feliz vazia,

a menina lhe contou dos dias que mais a amou, das flores mais belas, do outono que suas folhas levou.

Cansada a pobre menina, sentou-se aos pés da árvore, sorriu ao lembrar-se da infância, em querer uma árvore, só sua.

O sono chegou e a menina moça, nos seus sonhos entrou.

Acordou com a luz do sol em seu quarto, do seu lado viu uma caixa de papel embrulhado e percebeu que ganhou um presente.

Quando abriu, sua lágrima caiu, ao ver lindas sementes, percebendo que era o presente,

deixado por sua árvore amiga.

Correu para janela para vê-la e agradecê-la.

Olhou e mesmo com as pontas dos pés,

não alcançou,

o que o alto muro,

levou.

Lucilene Nunes
Enviado por Lucilene Nunes em 23/10/2012
Código do texto: T3947767
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