"A árvore que não era minha".
A menina da janela
sempre via a árvore que crescia.
Perdia horas, sem ver passar,
não entendia o porquê, de tanto cuidar.
No seu quintal, não havia espaço, para crescer,
uma árvore como aquela.
De tronco fino e pouca folhas,
logo cresceu.
A menina de tantas tarefas não percebeu,
o quanto o tempo passou,
e com lágrimas nos olhos, chorou de saudades,
de um dia, poder tocar em sua árvore amiga.
A menina começou a olhar, o que a árvore trazia para sua vida.
Observou que o muro crescia, e já a árvore linda, pouco via.
Em uma noite, preocupada em perder a sua amiga.
Abriu a janela, e com lençóis amarrados, desceu o muro que tanto cresceu.
Com as pontas dos pés, aproximou-se da árvore que a saudou com um belo abraço.
Buscou água e a regou, e a sua amiga mais linda ficou.
As gargalhadas saiam e barulho com as folhas a árvore feliz vazia,
a menina lhe contou dos dias que mais a amou, das flores mais belas, do outono que suas folhas levou.
Cansada a pobre menina, sentou-se aos pés da árvore, sorriu ao lembrar-se da infância, em querer uma árvore, só sua.
O sono chegou e a menina moça, nos seus sonhos entrou.
Acordou com a luz do sol em seu quarto, do seu lado viu uma caixa de papel embrulhado e percebeu que ganhou um presente.
Quando abriu, sua lágrima caiu, ao ver lindas sementes, percebendo que era o presente,
deixado por sua árvore amiga.
Correu para janela para vê-la e agradecê-la.
Olhou e mesmo com as pontas dos pés,
não alcançou,
o que o alto muro,
levou.