O barquinho
Ondas furiosas
Balançam o barquinho
Que navega no perigo
Pra chegar à terra firme
O dia já se foi
A noite confronta as idéias
Até então iluminadas
Por raios de sol ardentes.
O barquinho navega
Porque há mais medo
De sufocar na fúria das águas
Do que velejar contra elas.
Persistente na tempestade
Mas cego pela sombra bravia
Que oculta à realidade
Ainda não avistada.
O que guardam as águas
É mais que simples ondas
É solidão, perigo e morte
E demais situações sem nome
Mas susto e esperança
Movem em turbilhão
Grande como universo
Reduzido no barquinho
No fim da madrugada
Escoltada pelo raio de sol
Reluzente a esperança
Na terra firme avistada...