Asas partidas
Parece que para o ser
É possível todo o prazer
No espaço de uma vida
Mas a procura é inútil
O momento faz-se fútil
A procura dividida
Em caminhos sem volta
Redemoinhos, revolta
Fins de estrada sem saída.
Essa é a hora de voar
Ganhar as alturas, planar
Olhar o mundo sem brida,
Sentir o vento no rosto,
Movimentar-se com gosto
Sem medo de asa partida.
E, ao fim, que há de chegar
Quando o momento vier
Honrar a vida vivida.