(O NEGRINHO ESCRAVO, E SUA ULTIMA PROVAÇÃO!)

(O NEGRINHO ESCRAVO, E SUA ULTIMA PROVAÇÃO!)

Na serena noite, dentre os cipoais corria o serelepe negrinho, quando avistou o magnífico prado!

Seus olhos ligados observavam a grande lua cheia que mansamente banhava não somente o prado como a cerrada floresta a sua frente.

Sua idade plausível era de quinze anos, possuía um corpo esguio, pelas constantes labutas na fazendo do sinhô antonino Alencar.

Um homem rude, que tratava seus “escravos” “as” como reles seres.

Suas truculências ultrapassavam as raias dos sadismos, na sua insignificante mentalidade, a raça negra não passava de uma criação de Deus em uma noite macabra, pegou o resto das almas jogadas no limbo e com “pena” criou a maldita raça!

Sendo assim esses seres humanos não passavam de ignóbeis criações vivendo na natureza, assim sendo eles consistiam em meros burros de cargas.

Usando desbragadamente esse método, incontáveis seres humanos desencarnaram em sofrimentos atrozes.

Foi assim que em uma noite o jovenzinho negro resolveu fugir.

Um dia antes conversou com sua querida mãe sua intenção, ha principia a bondosa negra Rosalinda não acatou a idéia do querido filho, uma vez que ele era único que ela teve antes de se translada forçadamente da sua querida África.

Mas o jovenzinho possuía um espírito tenaz, com suaves palavras mostrou a querida mãe vivendo ali logo seria morto, ou vendido para outro fazendeiro rústico, igual ou até pior que senhor Antonino.

Praticamente ficaram ambos dialogando até o amanhecer, finalmente ele conseguiu persuadir amada mãe.

O sol começou emitir seus primeiros raios sobre aquele lindo local, mas de intensas tristezas provenientes das insânias maldades do maléfico fazendeiro e seus cincos capitães dos matos, que a fim de agradar o patrão não mediam esforços em execrarem uma centena de meia dos sofridos seres humanos.

Praticamente todos os dias cinco a dez negros, homens ou mulheres eram amarrados nos diversos troncos que estrategicamente foram colocados onde os raios do sol insidiam constantemente.

Evidenciando este cenário infectado das intensas maldades, vivia o negrinho.

Mas a hora da sua libertação estava próxima.

Com afinco trabalhou no canavial demonstrando incrível serenidade.

Finalmente a noite mostrou sua bela face, mesmo vivendo nas maiores degradações praticamente todos retornavam as duas grandes senzalas cantarolando canções que falavam da sua áfrica querida.

Nesta noite eles cantariam e dançariam aos seus deuses.

Especialmente as deusas oxum, iemanjá, Iansã.

O fazendeiro permitia essa dança de eirado, uma vez que ele se divertia vendo aquela “tropilha negrita” saracoteando freneticamente.

Ele dava boas gargalhadas observando freneticamente alguns deles homens e mulheres rodopiando freneticamente em volta da grande fogueira, circundando os

Dançarinos os demais membros faziam uma grande roda, e por cerca de duas horas o belo fandango respeitosamente era ouvido.

Admiráveis incorporações aconteciam, sábios conselhos eram dados pelas entidades aos sofridos negros, as palavras emitidas pelas entidades vinham aconselhando, orientando, estimular, os queridos negros “as” a suporta os sofrimentos que eles passavam, pois um dia que não estava muito distante ele seriam livres, uma vez que o pai Olorun e seus primais orixás estavam cuidado da libertações de todos.

Mas, a maioria mesmo respeitando os emissários do grande pai Olorun não aceitava os sapientes aconselhamentos, porquanto seus espíritos estavam empreguinados de ódios intensos contra os chamados brancos, mormente o fazendeiro Antonino!

Muitos deles sentiam um ensejo intenso de trucidar o maldito homem!

Foi no auge do fandango que o negrinho abraçado fortemente a querida mãe Rosalinda partiu!

Rapidamente adentrou nos cipoais, durante meia hora ele enfrentou dificuldades constantes, mas no momento que ele avistou o prado deu amplo suspiro, porquanto a atravessando entraria na floresta em busca do quilombo de congolês que estava cerca de vinte dias distantes, automaticamente ele teria que fazer uma exaustiva caminhada, conscientemente sua mãe colocou estrategicamente diversos alimentos em pequenos alforjes no meio dos cipoais, ensinou como ele encontraria os locais.

Assim ele fez eram alimentos feitos pela amada mãe que não estragariam por muito tempo, já com um grande alforje ele colocou os alimento partiu em direção da floresta.

No meio do magnífico prado, ele ouviu uma conhecida voz, que desprezadamente gritou.

Pretende ir aonde negrinho fujão!

Ouvindo aquela terrificante voz, o pobre negrinho parou!

Seu corpo ficou rígido como uma pedra, seus pensamentos abrasavam em constantes sofrimentos.

Sentindo perdido deixou-se cair de joelhos nas relvas orvalhadas.

Sabia ele que estava condenado a morte!

Inconscientemente elevou uma oração fervorosa ao seu “pai Xangô”, suplicando que amparasse seu espírito na grande casa do pai Olorun!

Ele ouviu somente um tiro que alojou na sua costa!

Ao longe se ouviu um triste uivo emitido por um subjetivo lobo guará.

Diversas aves noturnas como se apiedassem do jovem negrinho, emitiram canoros cânticos tristes.

A magnânima luz cheia imperceptivelmente emitiu raios sobre inerte corpo.

Vibrando sonoras gargalhadas terrificantes o vil capitão do mato partiu a galope a fim de da a “boa” noticia ao fazendeiro Antonino.

Passando alguns minutos, tendo somente os representantes da mãe natureza vendo, uma esplêndida luminosidade desceu dos céus, uma comitiva translúcida da mesma etnia cercou o inerte corpo, o magno cenário deixaria qualquer ser humano fascinado.

Um nobre e diáfano ser oriundo da mesma cor do negrinho, vestido lindamente como um príncipe, com extremo carinho retirou o espírito do negrinho, que estava mergulhado em sono calmo erguendo-o, falando o idioma Bantu, fez uma solene prece ao pai Olorun, o luminoso ser era Xangô o orixá do jovem, finda ele com sua indelével comitiva rumaram em direção do infinito, levando mas um ser que resgatou seus débitos de vidas passadas perante ao pai Olorun!

AA. J. --------- J. --------- C. --------- DE. ---------- MENDONÇA.

DATA. ---------- 11. ---------- 10. ----------- 2012.

HORÁRIO. ---------- VINTE DUAS HORAS E TRINTA E CINCO MINUTOS.

Maroty
Enviado por Maroty em 11/10/2012
Reeditado em 15/10/2012
Código do texto: T3928017
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