= Esperanças eternas =

Não mais quero viver o vazio de um amor findado

Olhar para o caminho interditado

Sem curvas

Sem vento

Eu com o olhar pedido

Sentado a beira da estrada dos lamentos.

A vida não gira em torno da mulher amada

Mas sem um amor, falta tempero

Não há felicidade plena.

É tão triste não adormecer em noites intermináveis

Sofrer com as idas e vindas dos sonhos inacabados

Olhar para o futuro...

...sofrendo com o presente e com o passado.

O rio que d’antes corria

agora represado

Tornou-se profundo

E não reteve as suas águas

Saiu do leite

Espalhou pelo alagado.

Buscou um novo rumo

Rasgando as campinas

Atravessou as fronteiras

Aprendeu a contornar os montes

Recebeu águas das fontes

Tornou límpido o seu leito

As águas não param para o repouso de nossas inércias.

Vejo tão distante o mar...

Gratificante é a jornada

Pelos caminhos, flores, espinhos

Lágrimas, amores, dissabores

Tempestades e reconstruções.

Tênue é a caminhada.

Deixo-me plainar ao sabor do vento

Sigo o curso do rio

Ganho força a cada momento

Às vezes me torno suave como a brisa

Não reclamo.

Ainda que, ao longe

Por sobre o mar

Vejo uma tímida luz acenando

É como o último suspiro do sol

Antes de repousar.

Cresce as minhas esperanças

Sabedor que não sou mais criança

Vivo o crepúsculo da vida

Será longo ou breve, que importa!

Bebo do amor à esperança

Sinto que em algum lugar, alguém me espera.

Não mais serei o rio...

Nem o sol...

Nem o vento...

Seremos tripulantes de um veleiro

Sem velas...

Sem ventos...

Sem pressa...

Que seguirá forte e lento

No rio

No mar

no sol

Ao vento

Em noites de luar e estrelas

Viveremos um amor...

...tão verdadeiro

...tão puro

Sobrevivente de todos os tempos

Se muitas vidas tivermos

Em todas elas nos amaremos.

Antônio José Tavares (tonho)

ANTÔNIO TAVARES
Enviado por ANTÔNIO TAVARES em 10/10/2012
Reeditado em 11/10/2012
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