Espetáculo... Cena sem cenas.

Quando a solidão bater a tua porta,

Eu te darei as chaves,

Por que tudo que ficou trancado em mim,

São os restos de algumas lembranças,

Por favor, não abra.

Quando apagarem as luzes,

Eu te empresto as velas,

Quero ter a certeza de que estás por mim,

No caminho certo,

Por favor, não volte.

Quando aplaudirem o fim do espetáculo,

Eu te devolvo os figurinos,

Não há na vida que escolhi razão para tê-los,

Contracenado em ti, um monologo meu,

Por favor, se cale.

Quando o silêncio se fizer entre nós,

Eu te darei meu novo roteiro,

Quero que tenhas clareza,

Nas velas que não estarão acesas,

Que tudo chegou ao fim.

Por favor, aplausos.