Alma Lavada

Pena as lágrimas pra dentro do corpo não correrem

E perderem-se do lado de fora, no meu rosto

Do contrário poderiam fazer maus sentimentos se renderem

Poderiam lavar-me a alma sem deixar seu gosto.

Pena estarem as dores do “meu” mundo enraizadas em mim

E meus sentidos me traírem freqüentemente

Olho pro horizonte e o vejo repleto do mais belo jasmim

Mas escurece, sopra o vento e a paisagem muda de repente...

Meus ouvidos trazem-me notícias distorcidas

Nem sei como interpretar o que ouvi

Meus olhos só vêem miragens, cenas retorcidas

E o paladar denuncia o que não engoli...

As costas doem e as pernas chegam a tremer

Minhas mãos perderam as forças de vez

Já nem sei se eu fico ou se devo correr

Não tenho respostas, me perdi no “talvez”...

Outra vez minhas lágrimas eu desperdiço

Deixo-as rolarem sem razão explícita e sem rumo

Minha alma espinha-me como um ouriço

E um dia novo obriga-me a restabelecer meu prumo...

Janaina Lúcia Alves

07/08/2012

JanaAlves
Enviado por JanaAlves em 03/10/2012
Reeditado em 24/08/2017
Código do texto: T3914598
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