SETAS
Setas
Soldados frente à fé
Garras soterradas na alma
Pétalas aos ventos insanos
No galope histérico dos gritos
Tímidos do amor
Vasos dilatados no espaço
Olhos de aço
Nas trilhas da dor
Como raios hialinos perdidos
Vôos das sementes na flor
Caem num coro santo
Risos insanos
No solo do coração
Enfloram palavras
Silabam tônicas da emoção
No estalo do inverno
No fogo do verão
Marcham com a face pálida
Nas trilhas da ventania
Em buscas reais e livres
Nos rios da paixão
Flechas na mira certa
Loucuras da razão
Passo a passo jogam as redes
Nos braços largos do amor
Ora navegando na bonança
Ora em ventos fortes
Rondam as noites
Em buscas madres
Meninos sem rumo
Acordando...
No colo das manhãs.
Poesia Marisa Zenatte