PÃO DORMIDO
Gilnei Nepomuceno
O menino de rua
Remexendo no lixo
Encontrou um pão
E pôs-se a sonhar
Com um outro mundo
Que não fosse cão
Queijo de lua
Pastel estelar
Bolacha de nuvem
Quis mastigar
O sonho era duro
Dormido e mofado
Mas não desistiu
Comeu o diabo
E sorrindo voltou
A sonhar acordado:
Queijo de nuvem
Pastel de luar
Bolacha estrela
Não custa sonhar