Lugar Estranho
Ando por caminhos incertos,
Em meio a rostos desconhecidos,
Olhares enegrecidos,
Em lugares desertos.
Dizem-me que devo parar,
Deixar o tempo passar.
Fingir que nada mudou,
Esquecer o sonho, dizer que acabou.
Ando em meio a sorrisos vendidos,
Olhares medidos,
Pergunto-me onde estou.
Contam-me que não sou,
Que talvez nunca tenha sido,
Ou que jamais deva ser.
Vejo pessoas estranhas,
imersas em medo,
Medo de viver.
Dizem-me que não estou certa,
que a vida não desperta
a cada amanhecer,
Veja, olhe as crianças,
suas falsas esperanças,
Seus sonhos a morrer.
Dizem que sonhos
não viram realidade,
Que a vida é falsidade,
Dizem que não devo correr.
Ah, quem me dera ter o poder
de acordar estes que dormem,
Dar-lhes um nascer do sol,
O brotar de uma flor.
Quem dera pudessem ver a esperança ,
em meio a quimera, nascer
Saber que a vida vai e volta,
que tudo recomeça ao amanhecer.
(14 de setembro de 2011)