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Mais uma vez

A esperança é uma ânsia que nunca se cansa,
É permanecer, quando todos já se foram,
É tentar mais uma vez, quando todos desistiram...

A esperança tem a ver com o sol,
Que sempre existe, mesmo que seja noite,
Pois está brilhando do outro lado do mundo.

A esperança gosta de entradas triunfais,
Pois é a última que vem, quando nada veio e nem virá,
É quem nos olha dos portais do Nunca Mais...

A esperança está sentada em uma pedra,
Sem pressa nenhuma, observando um rio...
Enquanto ansiamos por seu frio coração.

A esperança é a irmã da Ilusão,
Mas é também a gota desejada
Que poderá molhar os nossos olhos secos.

A esperança é a mania de olhar pra trás
Mais uma vez, antes de ir embora,
É acreditar no que ninguém mais crê.

A esperança é quando alguém procura
Num campo de batalha, entre soldados mortos,
Acreditando que seu amor ainda vive.

A esperança não é alegre, é triste,
Pois quando se realiza, não é mais esperança:
É a borboleta que saiu de uma crisálida seca.

É quando todos voltam, sob o sol que brilha,
E escancaram-se os portais do Sempre,
É quando ao olhar para trás, se vê
Correndo em nossa direção, o amor
Que julgávamos que não voltaria jamais...

Então, a gota que nos cai dos olhos
Nos vem dizer que a esperança que morreu
Deixou em nós algo muito maior: Um milagre !


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Este poema faz parte do meu livro "Vai Ficar Tudo Bem."
Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 12/09/2012
Reeditado em 12/09/2012
Código do texto: T3878320
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