Nunca mais flores de plástico

Não sei exatamente o tempo exato

Que o amor se afastou

Mas lembro-me bem do dia que eu senti a falta dele

Foi no mês de setembro

Primavera a despontar

E o meu mundo em desvario

Na verdade a ausência do amor era tanta

E sua falta de fato já há muito acontecia

Eu olhava e só sentia o vazio de um mundo frio

Frio de amor

Daquele amor que me completava

Fazia-me feliz

Daquele amor pra mim de fato

Foi um despertar

De um engano

Foi eu desertar de uma utopia

Onde o mundo bonito em que eu vivia

Tinha um jardim de flores de plástico

E as caras enfeitadas que me sorriam

Eram apenas fotografias retocadas

Eu nem tive o que jogar fora

Apenas mudei a direção do meu olhar

E fui resgatar o meu mundo esquecido

Nos caminhos vividos

Vi que o meu real jardim secara

Mas que poderia novamente ser cultivado

Afinal dentro de mim o amor não morrera

Apenas estava equivocado em relação aos seus real valor

Hoje me sinto leve, livre e feliz

Vivo o entusiasmo de a cada dia

Sentir o prazer de ver desabrochar uma nova conquista

E nas coisas simples do meu dia

Sinto cada vez mais o amor florescer

Logo novamente setembro desponta

Já termina o outono e o tempo frio

Anuncia mais um inverno

Ando cheia de novidades para quando setembro chegar

Mas uma coisa eu já acertei comigo

Nunca mais flores de plástico.

Glória Anchieta

(Glorinha Gaivota)

Glorinha Gaivota
Enviado por Glorinha Gaivota em 18/08/2012
Reeditado em 28/08/2023
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