n'O Cair da Chuva
Lentamente num enevoado caminho
uma trilha de comum destino, não única
a qual vários passam, alguém traz uma pintura
em quadro, levado com cuidado; sozinho
O homem a carrega apressado
posto dos céus caem pequenas gotas, de chuva.
Também ali por perto trespassa quase em fulga
uma grávida para o táxi já à pouco parado
O homem de maneira afetuosa olha para o quadro
e inflige com os lábios úmidos uma tímida pergunta
para à grávida a qual pisa na terra suja:
-Estás indo visitar um outro amado?
E desconfiadamente, ela diz que está indo
na visita bela, de mãe exaurida ao outro filho.
Com isto o bom amigo consente, e fica absorto
na beleza pudica
d'Água a deitar na terra, no carro seguindo
n'As nuvens densas por dela subindo
E ensimesmado com a tinta caindo, do quadro,
transfigurando-se numa telúrica...
Tela.
Exclamando aos Céus ele fica
Bradando ao alto!
Tendo defronte a tudo observado
a esta tola vida
um cadeirante preso pela caída
chuva, em lama imunda.
O qual Sorrindo ainda,
lhe pede humilde, ajuda...