= Reconstrução =
De que é feita a tristeza,
Que aperta a alma,
Sangrando como um pano de chão torcido?
As luzes do mundo se apagaram.
Coração agreste.
Infindável é a dor...
Lágrimas no travesseiro.
Os bons sentimentos,
Escafederam-se nas asas do momento.
E eu, pobre ao relento,
Alma despida, fragilizada.
Embevecida procuro,
Na solidão, o talvez.
O sofrimento convida à reconstrução.
Eu sobrevivente.
Sou gado de invernada
Pastando, pastando,
Sacio a fome,
Fortaleço-me,
Busco à aguada da vida.
Bebo sonhos
Transpiro esperanças.
Meu coração em aberto,
O amor virá! É certo!
Creio na vida após o desalento.
Tonho Tavare