e que o céu ainda é lar.

a aurora que antes era grito,

de vigília, decidiu correr,

e no céu apareceu em dois riscos,

por cinco minutos

ah, veja!

um rasgo no azul, uma cruz,

uma ferida,

um sinal de luz

em cima que já não era mais teto,

que já não era mais esperança ou

topo de montanha,

caiu um pedaço pequeno

quase invisível

de noite

e por cinco minutos

a Terra pôde presenciar

a Verdade

o coração sangrento que antes era

início de calor agora é

cicatriz de um ocaso

por trás de um véu ameixa,

a cor do fruto das dores,

dos hematomas,

de terríveis olheiras,

existia um lindo precipício

que chamamos de ausência

dentro de um aviso celeste,

por cinco minutos,

coube uma fotografia que explicava

a eternidade

que debaixo dos olhos

há muito mais que sonhos

e déjà vu

que debaixo da cama

há muito mais que monstros

e poeira

pelo céu de riscos laranjas,

por somente cinco minutos,

nós sabemos quem realmente somos

e que o céu ainda é lar.

Beatriz Adrivin
Enviado por Beatriz Adrivin em 05/08/2012
Código do texto: T3814707
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