Semeio letras, aguardo o momento,
de colher palavras, fazer poesia.
Regar com esperança o pensamento,
Ajuntar versos ao fim do dia.
Ouço sua voz ecoando no vento:
— Cumpra teu destino de alma tecelã!
Sem preceitos ou preconceitos:
— Acorde teus sonhos a cada manhã!
Mas, angústias e desespero
Aprisionam-me nas imensas torres.
Sem tranças para arremessar.
Vou urdindo infinitas pontes,
as quais não posso suportar.
É nula, a vontade de querer.
Esquecida a vontade de beijar.
Desejo afogar as mágoas
nas correntezas da alma.
Encontrar-te à minha margem
Na manhã que resplandece.
Em silencio quero ouvir,
os passos do seu coração.
Nos olhos duas lágrimas...
Uma pesarosa pelo seu adeus,
Outra acalentada pelo seu olhar.
Margens do Rio São Francisco, antes da primeira queda.