Ausência necessária
Você poderia ter me abraçado e me revelado o rumo
Mas você ficou de longe presenciando o meu pesar
Então eu avancei sozinha com lágrimas nos olhos
E as pedras que eu tive que retirar
do caminho pareciam imensas
E eu presenciei o seu sorriso de longe,
como quem dizendo:
Vá em frente e alcance o que é seu!
E mais uma vez eu fiquei em prantos
E mais uma vez eu senti a sua falta
E mais uma vez eu tive que vencer o meu medo
No meu trajeto eu despenquei num buraco profundo
E eu gritei e você não apareceu
Eu me segurei em galhos, em pedras e sai sozinha
E num pranto desmedido,
eu senti um imenso dilúvio na minha alma
Então veio um vendaval devastador,
eu procurei por proteção
Eu queria me amparar em você,
mas você estava distante
Eu encontrei portas fechadas
Pessoas frias, ambientes tristes
Dia sem sol e noite sem luar!
Eu senti a solidão, eu senti a fome e eu senti o frio!
Eu gritei, eu roguei e na minha ignorância eu até te insultei!
E eu me bastei, eu me superei, eu venci !
Eu experimentei a sede do deserto
Eu me transformei num vulcão capaz de entrar em erupção
E foi na sua ausência que eu reconheci a minha coragem!
E aquela que havia chorado tanto, não chorava mais
E aquela que se achava abandonada
Não se achava mais
Você sempre esteve presente
Você me mostrou que as lágrimas
regam os caminhos áridos
E as flores nascem, e o espírito se fortalece,
foi assim que você me fez vencer!
Janete Sales ( Dany)