POR QUEM ESPERO
POR QUEM ESPERO
Sinto a falta da presença física de quem partiu,
Mas vejo pelos olhos da esperança que ele ficou.
Não sinto o toque na pele,
Porem, minha alma é tocada por ele.
Cedi a vontade do amor,
Numa comunhão com meus desejos.
Revolvi antigos mistérios,
Que só o amor pode,
Numa mistura de crescer e me podar.
Cultiva-lo em meu coração,
Me deu tempos de luz.
Mas agora me dá espaços de sombras,
Que o horizonte um dia irá consumi-los.
No frescor das manhas,
A sensibilidade me é favorável.
Da noite, ainda há resquícios da ausência.
Porem o dia me dá motivos,
Para acreditar que serão findos,
Esses tempos de espera.
Hoje, sou um lago que repousa.
Mas amanhã, um dia, ao amanhecer,
Estarei caminhando em leito de um rio,
Que me levará direto ao grande oceano,
Que dará fim a minha espera.
E o grande encontro inevitável,
Tornar-se-á a recompensa.
E o véu que hoje me cobre,
Aqui ficará apenas como lembrança.
Como símbolo da minha esperança.
Não me sinto solidária a outros lagos,
Nem recebo afluentes que me renovem.
Essa natureza que me reveste,
A mim, ela já é suficiente.
São tempos de espera, de pensamentos.
De amor saudoso, de lagrimas quentes.
Onde estaciona o cessar dos movimentos,
Onde demonstro um amor ausente.
pele serena, 19/07/2012