submissa

interessante este prazer que me dá

procurar o que escrever

e não ter o que falar

não ouvir minha voz

esperar que o que escrevo

possa valer por nós

nós duas submissas

como o verde da hortaliça

à uma frase ou um texto

como o mato é o pretexto

pra que eu acredite no mundo

um conto cujo desfecho

eu não consiga encontrar

nas minhas horas perdidas

busco nas ondas do mar

a frase que o barco leva

o romance impossível

o homem que achei que eu queria

a santa que amei de fato

sempre comigo na cama

nas horas de tanta aflição

procuro o que escrever

pra não morrer de inanição

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 18/07/2012
Código do texto: T3784041
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