Respeitável público do Palco das Ilusões
Interpreta-te a ti mesmo
Na escuridão e no burburinho,
No Palco das Ilusões
Que o pesar faz girar.
Teu corpo, faz ele dançar
No arranha-céu mais alto,
Na vertigem da ciranda,
Deixando, na mandala, ele desabar.
Pinta-te a ti mesmo
Nesse círculo mágico,
Na simetria dos contornos,
No despropósito das curvas
Da Estrada da Contramão.
‘Conhece-te a ti mesmo’,
Que todo intérprete da vida
É autor de si mesmo,
É o seu próprio público,
Tem o seu próprio desejo
E escreve com dedos de criança
Histórias do porvir
Antes da vela apagar e dar lugar
A nova dança que o vento vem anunciar.