Ha uma eternidade
Ha uma eternidade os lábios perguntam aos deuses
Quão lindo é o sabor da tristeza
das lágrimas onde naufrago todas as madrugadas
Ha uma eternidade os meus lábios perguntam aos deuses
Quão lindo é o sabor da pobresa
da fome e do desespero
muitas veses pergunto-me
Quem sou
quanto mais me pergunto menos sei quem
o que penso que sou
não é o que sou
mas os meus lábios não param de perguntar aos deuses
quão lindo é o sabor da solidão e da doença