A PROCURA DA VIDA
Perguntei ao tempo
Se a vida fica muito além deste lugar
Num contra-tempo talvez,
Talvez possa lhe achar!
Então o tempo para mim exclamou,
E se pronunciou:
Seu moço! Tu és apenas
Um pequeno peregrino
Procurando te encontrar!
Perdido dentro está...
Estás perdido nesse lugar!
Tens na mente uma semente morta,
Deixe entrar o amor, tente abrir a porta
Deguste o paladar do carinho
Experimente o sabor deste vinho
Lave tua face com o suor do teu calor...
Requente tuas lembranças com doce mel!
Esqueça do fogo, te afaste do jogo, da dor...
Erga teus punhos sem lacres, ao céu!
Deixe teus olhos serem lavados
Pelos serenos conceitos dos anjos,
Que escorrem serenamente das nuvens,
Consentindo jorrar teus sentimentos!
Desarme as armaduras de teu peito,
Desate os nós que amarram teus sonhos,
Retire as algemas de teus punhos,
Revolva-te do venerável preconceito!
Tens fome!
Meu pão será teu alimento,
Comerás do mesmo trigo que plantares,
Daí, se sentirá tão forte quanto o filho de Davi!
Contigo farás um pacto, o paraíso!
Não fale, se cale, ande...
Siga teus passos em frente,
Com a claridade terás a luz do sorriso!
Estarás através deste tempo,
Onde verás, o que procuras a encontrar!
Quando ao final desta luz clarear
Com belos jardins irás te deparar!
E no colorido do éden se sentirá...
Então conhecerás o cheiro da vida
Que purificará a ti, de corpo e alma!
Seguirás tua jornada por uma tria...
Viajarás com as cores d’um arco-íris
Ao final das montanhas douradas!
Um farto pomar te acolherá,
Terás de seu seio em abundância,
E no sono cairás, ao poente da luz!
Teu pleito dormirás em meu leito,
Minha terra será teu berço fraterno,
E meu princípio, teu começo eterno!
Só assim, estarás a um passo de mim...
Não corra, ande!
Que encontrarás o caminho, a verdade e a vida!
Nov-2011