Infância
A terra mata a sede
e o grão se agita em seu ninho.
O menino,
arfar de lírio à vidraça,
suspira sonhos
que a chuva embaça
lá fora, devagarinho...
Nos pingos que caem
ouve a sinfonia
que soa, leve,
na tarde de sua infância.
Não sabe que é criança.
Que habita a região dos magos,
dos amigos alados
e dos duendes.
Usufrui dessa magia
sem despertar.
Chegará a hora, porém,
em que não haverá
ouvidos à sinfonia.
E ele jamais esqueçerá
o seu despertar
nesse dia.
(Direitos autorais reservados - Lei 9.610 de 19.02.98)