Infância

A terra mata a sede

e o grão se agita em seu ninho.

O menino,

arfar de lírio à vidraça,

suspira sonhos

que a chuva embaça

lá fora, devagarinho...

Nos pingos que caem

ouve a sinfonia

que soa, leve,

na tarde de sua infância.

Não sabe que é criança.

Que habita a região dos magos,

dos amigos alados

e dos duendes.

Usufrui dessa magia

sem despertar.

Chegará a hora, porém,

em que não haverá

ouvidos à sinfonia.

E ele jamais esqueçerá

o seu despertar

nesse dia.

(Direitos autorais reservados - Lei 9.610 de 19.02.98)

Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 10/02/2007
Reeditado em 03/06/2011
Código do texto: T376817
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