O COMBÓIO DA SORTE
- Dedicatória aos "heróis lusos"
e ao meu amigo escritor Miguel Real
Poética de Frassino Machado
Todo o sonho reverdece
Numa terra semeada
Pela sorte se engrandece
Quem caminha p´ra jornada.
Quem colhe é porque semeia,
Urge fazer distinção,
Com ventos e sobre a areia
Não há sorte sem senão…
No combóio da miragem
Com vendavais indomáveis
Parte a Sorte de viagem
Por veredas insondáveis.
Em cada esquina da vida
Passa o combóio da Sorte
Não se sabe da partida
Nem para que lado é o norte.
Cada pessoa tem dias
Com muita desilusão
Entre anseios e arrelias
Haverá uma estação.
Na esperança que ele passe
Em qualquer vento ou maré
Só é feliz neste impasse
Quem usa a arma da fé.
Dizem que há bruxarias,
Azares de superstição,
Por essas falsas magias
Lutemos com a razão.
Havendo alguma avaria
Com um pretexto falsário
Altere-se a ferrovia
Siga o combóio ao contrário.
Há paisagens de eleição
Sempre em primeira classe
Se o rumo não der feição
Mudemos o nosso “passe”.
O que se vê pelas janelas
Ao longo do andamento
São tristezas e mazelas
Caldeadas de sofrimento.
Às vezes não se vê nada
Por causa do nevoeiro
Toda a gente, desconfiada,
Quer mudar de timoneiro.
Quem anda buscando fora
Remédio para sua boca
Nunca sabe qual a hora
Do destino que lhe toca.
Não há terra sem espinho
Muito menos sem agoiro
Com muita luz no caminho
Encontrar-se-á o tesoiro.
Este tesoiro é estranho
E vive dentro de nós
Com saber e arreganho
Ergamos a nossa voz.
Será esse o horizonte,
Com ele não há desnorte,
Toda a estação será ponte
Para o combóio da Sorte.
Buscar a Sorte é firmeza
Que vence toda a ilusão
Quem tem Sorte tem riqueza
E tem chama no coração!
F I M
Frassino Machado
In JANELAS DA ALMA
N. B. Ver também os Sites do autor:
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