DNA
É comum ouvi-la gritar pra abafar seu grito,
Sabemos que do espírito é fina a audição;
Incoerência rasga a cortina de fumaça,
Tá certo que o alugado cavalo passa,
Mas, o deus grego, sequer é garanhão...
Tenho ideias melhores pra aplacar o clamor,
A bolha aos poucos, está se solidificando;
Que tal abortar de uma vez essa gangue,
E cavalgar, enfim, indômito puro sangue
Que olha sobre a cerca, quase a forçando...
A demorada brincadeira de esconde-esconde,
É plug e tomada, que qualquer hora encaixa;
Cada vez mais próximo ela está chegando,
A torcida avisa, está perto, esquentando,
Se procurar sobre a cama, enfim, me acha...
Tá, estou cego de amor, mas, leio em braile,
Nada escapa ao meu tato esperto e apurado;
Posso tocar sua alma sem que veja seu corpo,
Ou mesmo jogar a toalha, me fazer de morto,
Mas, o dano está feito, seu lugar é ao meu lado...
Fora do lugar, claro, sua alma sofre, agoniza,
E fugir assim apressada, à verdade atropela;
O pescador sabe quando a presa está fisgada,
Também a lua em que a pesca dará em nada,
Mas, seu DNA, saiu um dia, da minha costela...