Âmbar
Há tanto tempo que perambulo por mim mesmo,
rodeando labirintos de sentimentos desconexos,
ouvindo músicas melancólicas na madrugada,
deixando lágrimas rolarem sem contenção,
esmurrando minhas barreiras emocionais,
orando para não ser deixado à margem,
refletindo sobre meus desequilíbrios contínuos,
esperando alguma luz que redima meus pecados,
crendo que haverá alguma salvação para essa alma,
uma nova chance se encontrar o caminho certo,
e quem sabe haja alguém para abraçar afinal...
.
Há tanto tempo que vivo como um morcego,
no escuro de minha caverna particular,
de cabeça para baixo nesse mundo de verdades,
sobrevivo com minha essência incompreendida,
buscando alternativas a linearidade dos comuns,
abandonando estrelas no universo,
fugindo do meu reflexo âmbar no espelho,
fechando os olhos para imaginar segurança,
desejando me tornar as palavras que me habitam,
libertar-me das grades que me limitam os rumos,
e quem sabe voar para um lugar onde eu possa ficar bem...