A cada novo dia uma nova guerra
Mais cedo ou mais tarde chega o cansaço
Que nos toma grande espaço
Congela-nos do olhar ao abraço
Desfaz o amor em pedaço
Transforma as palavras num só traço...
Desse jeito se vai o dia
Morre a semana, a ano, passa a vida
De lembrança fica só a ferida
Se de amor a alma está desprovida
Por ter andado desde o início desprotegida...
Pela obrigação de ficar ou a esperança de mudar
Arrastamos correntes e aprendemos a orar
Encontramos mais tempo pra semear
Gélidos, deixamos que novos dias venham nos despertar...
E sem encontrar explicação alguma
Toda poeira baixa, a bagunça se apruma
A lágrima some num banho de espuma
A dor dissipa-se e razão pra levantar se arruma
Voltamos à guerra deixando pra trás qualquer vergonha...
Janaina Lúcia Alves
15/06/2012