a turbina do amor
ia correndo pro banheiro
pra ver desenhos de mulheres nuas
de garotinhas também
a pedofilia atraía como ninguém
(como atrai, mas hipocritamente
dizemos que não)
hoje não é preciso correr
pro banheiro, temos o PC,
às vezes até a TV
trata-se apenas do poder
convulsionador da mente
que muitas vezes nos tira a dor
se usado corretamente
é uma turbina, sempre quente,
sempre liberando endorfinas,
nos forçando a escrever
uma peça cretina
ou a imaginar na Capela Cistina
Afrodite, Cristina e a Vênus de Milo
beijando-se/roçando-se apaixonadamente,
nos deixando excludentes
da beleza da cena,
mas felizes, contentes,
com o poder que domina
esse nosso dilema