Exílio Poetar

E lá vem o céu cobrindo o dia,

Enfeitando de sereno o jardim, o castelo,

Deixando pelos passeios meros lamentos

À procura de uma folha, uma pena errante!

Extasiado pela beleza

Visionada pelas palavras explícitas d’alma,

Entrego-me à balança dos tempos,

Pedindo da viagem apenas mais um beijo!

Silente...! Como o dedilhar da lira,

Enviando do coração notas ébrias,

Idílicas ilusões evidenciando cada detalhe

Do verso feito de lágrima... Orvalho floral!

Sobre a sombra noturna do carvalho,

As folhas secas ditam a sonoridade da madrugada

Levando pelo vento a poesia que não cala,

Verte em devaneios, dobra em lamentos de amor!

Das minhas estrofes,

A solidão já é minha metade comungando

Com estros e astros abertos em cada linha

Num ontem vazia, hoje preenchida pelo pranto!

Das cordas do âmago

Tenho a canção do exílio poetar!

05/06/2012

Porto Alegre - RS