Semeadura da Calma
Caminhos outrora floridos
Revelam mortas floradas
Espalhadas, soltas ao vento
Perfumadas de desalento
Rosas carmins cor de vida
Morreram ainda botão
Restaram apenas espinhos
Nas telas da desolação
Secou da fonte a água
Arrastada pelas mágoas
No lugar a areia fina
Da alma que desatina
O velho caramanchão
Rebordado de glicínias
Desmoronou na agonia
Da existência vazia...
Deleites nos copos de leite
Pequeninos olhos d’água
Faz curso no leito da alma
Na semeadura da calma.
(Ana Stoppa)