POESIAS - ESPERANÇA (De 1 a 7)

SEMPRE

Não me esqueça nunca!

Sou como um travo no seu coração...

Somos anjos montados em um unicórnio alado,

Somos o leve colorido no acasalar das borboletas...

Um beijo néctar na sua face,

De uma atração nunca esquecida.

Teus dedos nos meus viciosos lábios,

Pedem por dentro o mesmo silêncio de paixão...

APOTEÓSE DA SOLIDÃO

Solidão...,

Angustia.

Abandono...,

Em seu mundo.

A infelicidade, poderá ser o destino,

Que aqui nenhuma criatura merece.

Ás vezes um sim, mas na maioria das vezes ele ouve um não!

Nenhum chôro ou grito...

Só o cheiro da mortalha fria do dia,

Que finalmente por ele já passou...

Só ele, com grilos e a lua...

No banco da praça, na noite fria,

Mistura jornais e cobertor com os seus trapos.

E naquele sôno de sonhos e pesadelos,

Ele aguarda um dia, por um anjo salvador...

A RAIVA

A raiva é um pessoal ou um coletivo sentimento.

É o que se passa hoje ou sempre por um momento.

É o que alimenta uma causa, um indígno tormento.

A raiva é comparada a uma garota de curta saia,

Que pelos seus pais é proibida ou não de sair...

Desejo que faz a tarde ir embora e a noite cair.

O motivo eu já vou lhe dizer.

Preste muita atenção

Na minha comparação,

Antes que eu leve uma vaia...

Às vezes é melhor que ela entre e não saia,

Por medo do que lhe possa vir a acontecer...

Por outro lado é melhor que para fora ela saia,

Porque o seu coração vai entorpecer e adoecer.

Ela sempre estará nesta nossa vida de cobaia...

Cedo ou tarde, a qualquer fase, torna a aparecer.

A raiva é desumana e está por todo o espaço mundial,

Quem nunca sentiu na pele o grande calor que ela faz.

É uma praga visível estampada na cara de quem a traz.

É uma pena que quase sempre nos leva a perder o astral.

Ainda bem que na maioria das vezes ela é só passageira,

Choramos, soqueamos, gritamos e falamos muita besteira.

O pior é quando vêm acompanhada de uma força surreal.

Saia de baixo, de cima e da frente, ela até pode ser fatal.

Dentre as inúmeras situações que acontecem com a gente,

Ela, se não for dominada, vai querer se infiltrar na sua mente.

Retire-a do pensamento, ame os seus pais e irmãos também.

Ame ao próximo, ame os animais, ame a todos e diga amém.

Ela irá embora bem mais fraquinha, morrendo...

ANJO PROTETOR

Eu não vou dormir enquanto você não me procurar no meu recanto de favores,

Em busca de uma resposta para a sua vida de escolhas de estranhos amores,

Sou um ser andrógino com a missão de buscar a eterna e justa irmã igualdade.

Enquanto eles se engolem e cospem pragas, caminho contigo rumo a liberdade.

Nada consegue me atingir,

A raiva somente me alimenta,

Na sua louca forma de agir.

Sou a brasa a queimar a língua de pecadores.

Sou a fogueira dos santos da nossa irmandade,

Quais os devedores irão pagar com os seus louvores,

Neste oráculo..., entre os meus protegidos sofredores.

"Infelizmente não existirá um dia sequer em que preconceitos deixarão de existir em nossas sociedades; quanto aos culpados que no corpo e na alma são os malfeitores, eles estarão destinados a escalar os degraus, em rumo ao céu de castigos das cruéis indiferenças da humanidade"

SERPENTES!

Uma em duas...

Serpentes?

Esfinges de dois!

Abraços e beijos no horizonte...

Muito longe com ele, amor ardente!

Somente eu e ele, nós sementes...

Começaremos um novo paraíso!

A paz em nós, o final em juízo!

Realmente, os filhos serpentes...,

Nós agora no depois...

Uma ou duas...

Serpentes nunca iguais!

A MULHER, A BRIGA E A LOUÇA

A MULHER

Simplesmente o maior encanto da doçura,

Que ao teu amor se entrega sempre pura.

A BRIGA

Já bastou uma fofoca de traição,

Para surgir uma briga de infidelidade,

Entre gênios de quem na real se ama...

Para acontecer uma separação,

Uma clausura dentro da necessidade,

Na própria casa e na mesma cama...

A LOUÇA

1) Os talheres

Ela acabou de lavar a louça, pegou e secou os talheres,

Foi quando ao guardá-los começou a chorar em desilusão,

Mas, de gênio forte lutou pela sua sorte e a das mulheres,

Não posso desmanchar esse lindo amor, mas darei a ele uma lição.

2) A xícarazinha

Começou bem cedinho servindo o café na xícarazinha,

Limitou-se a adoçá-lo e o levou segurando-a pela asinha.

E ele como a entender os pensamentos - Vou ficar na minha.

Mais segura ainda a esposa começava a imaginar uma ladainha,

Sou independente aqui e me viro muito bem na cama sozinha.

Lá foi ele trabalhar tristinho, solto no seu pensamento,

A tramar uma saída para salvar o seu relacionamento.

3) O prato

Não fez como de costume, usar o bonito prato fundo e dourado

E indiferente postou os talheres, o guardanapo e quitutes ao lado.

Não levou o suco, não levou os temperos, não levou nem a sobremesa,

Jantou na sala assistindo a novela... E ele deveria continuar calado.

A si mesmo falava: Estou agüentando essa dureza, mas, é para a minha certeza.

E ele imaginando como iria dobrá-la, procurando fazer uma gentileza.

Consciente e procurando não abusar do andamento,

Viu que apesar da vontade, não era esse o momento.

4) A travessa

É sábado, o tempo passa e sem querer ser travêssa

Ao qual no mesmo dia que com ele sempre amanheça

Serve o assado fumegante em uma elegante travessa,

Mas, sai de fininho vai regar flores no jardim antes que se aborreça.

Ele então sai, vai jogar bola com os amigos lá no campo da baixada,

Mas, para surpresa da mulher a mesa estava limpa e a louça toda lavada.

Lá no campo torcia para com o seu chute a bola entrar,

E com um sentimento realista no sopro da esperança,

De sua amada escutar a esperada frase,“Vou perdoar”.

5) A panela

É domingo, toda bela a rebolar traz o cheiroso guisado na panela.

Embora um pouco comedida para a sua alegria não se alastrar,

Senta-se delicadamente em frente ao marido para com ele almoçar,

Logo em seguida ele notou que de mansinho pegava o fraco dela,

Inteligentemente notou que ainda era cedo e não tentou abordar.

6) O caldeirão

É feriado, ganharam o campeonato amador de futebol, fizeram uma feijoada.

Era cachorro, crianças, amigos pra lá e para cá, a casa estava lotada,

Aquele calor do fogão, o calor humano e amoroso dos outros casais,

O cheiro da comida, as outras servindo na boca petiscos aos maridos,

Era uma visão tão amorosa que ela não tinha experimentado mais.

Parecendo ser proposital, as amigas faziam dengo nos seus queridos.

Ele então quase que prevendo e a tudo assistindo, foi se chegando

E com olhares de pura sedução, para a sua mulher foi lançando.

Os dois quase que arrependidos por uma ignorância da natureza,

Que é a guerra entre os casais por puro orgulho de uma incerteza,

Mal esperaram os convidados saírem pela porta afora e no portão.

Ambos com os seus desejos inflamados,

Não agüentaram mais a travada paixão.

Jogaram-se na cama e como dois tarados,

Por um amor aguardado pela retaliação,

Amaram-se muito, até caírem cansados.

7) Os cristais

Por enquanto o amor vai indo muito bem, mas, sem servir nos cristais.

Embora muito o ame mesmo com toda a sua dedicação e o seu coração,

Deixa-o refletir em tudo o que se passou, sendo uma verdade ou não.

A lição foi aplicada, mas, me ame sempre e não me traia nunca mais.

Um lindo jantar de velas com os meus polidos cristais de decoração,

Só chegará a este ponto quando nunca mais existir mentiras em nossa união.

GRÁVIDA POESIA

Na minha inocente infância de liberdade,

Foi roubada a minha tão bela felicidade.

Um fato muito triste que me aconteceu,

Que muito dentro de mim por lá morreu.

Eu já não tinha mais um chão firme para pisar,

E daquela tragédia eu não conseguia me livrar.

Foi quando num clamor muito delicado,

Eu ouvi e senti o meu nome ser chamado.

Não tinha forma, apenas àquele leve ar...

E que em minha direção veio caminhar.

Falou para eu não ter medo, não chorar,

Pois dentro da minha alma ela iria entrar.

Creio que ela veio para eu expor o meu lamento,

Para que um dia eu possa curar esse sofrimento.

Disse-me que há milhões de anos existia,

Mas, simplesmente disto eu não sabia.

Sempre com a voz feminina no tempo,

Aparece a sua velhice por um momento.

Eu não desconfiava da sua longa idade

E nem que viveria por toda a eternidade.

Foi então que ela me contou como surgiu...

Aconteceu num lindo sonho que ninguém viu!

Disse-me que nasceu de um sopro divino,

Para honrar o bem estar como um destino.

Veio ao mundo para transmitir as suas mensagens,

Entre as sinas existentes de todas nossas passagens.

Disse-me que em vento se transformou,

Para percorrer a tudo que ele mandou.

Depois de ver o ermo por ali existente,

Queria ser outra coisa, ser mais diferente...

Num louco redemoinho de um pó cinzento,

Desmanchou-se, era terra e não mais o vento.

Não estando contente virou uma semente,

Que no calor do sol cresceu de repente...

Transformou-se em uma flor colorida,

Para naquele mundo trazer mais vida.

O vento irmão para ajudar retornou,

E seu fino pólen no horizonte espalhou...

Um jardim em pouco tempo cresceu

E uma gigante floresta ali arboresceu.

Ainda faltava muita coisa, até demais...

Então ela tomou a forma dos animais.

E para completar toda a divina criação,

Ela foi gente, era Eva e também Adão.

Pela mordida da maçã sentiu-se enganada,

Pois, achava que seria triste e condenada,

Mas, na verdade foi muito bem libertada.

Ao mundo ela começou a ser revelada,

Ficou o registro do seu milenar passado,

Escrito no antigo pergaminho empoeirado.

E agora em todo o lugar ela existe,

Mesmo que na forma alegre ou triste.

Pra mim um presente por essa descoberta.

Sincera, ela me deixa sempre a porta aberta.

Comecei a viver constantemente do seu lado,

Mostrou-me o meu talento a ser compartilhado.

Sem precisar que me apontem uma meta,

Nasci desse amor e agora sou um poeta.

Em nossa dupla gravidez sem heresia,

Sou feliz de ser a mãe e o pai da poesia.

Setedados
Enviado por Setedados em 02/06/2012
Código do texto: T3701858
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