O anjo que eu vi
Levantei a pestana da ala
Onde havia um anjo abismado,
Teu olhar era santo e amado
Fitando aquela nota mais vaga...
Tua face em pérolas preciosas
Teu cabelo ruivo, a pele divina,
Eras a inocência, uma menina
Atentamente, as mãos cobiçosas
No íntimo do teu pensamento!
D’alma aflita, correu-me um frio,
Veio-me o espírito sombrio
Pedir a Deus, lá do firmamento
Que há trouxesse a minha vida,
Assim completarias Teu louvor
Eu não irias morrer sem amor ,
Nem levarias a fonte perdida...
De repente, foi-se distanciando
Aqueles olhos verdes e vivos;
Uma vez me olhou, bem altivos
Fostes tão bela me olhando!
Mas tive a honra, do que senti;
Sair guiado pela mão de Deus
Sonharei sempre os anjos Teus
Esperando a infante que eu vi!...
Pombal, 23 de maio de 2012-05-24