Pentagrama Do Amor
Percorrem os leitos longas madrugadas
Espreitando almas de afeto abandonadas
Solitárias rotinas nas lágrimas banhadas
Angústia crava na existência a dor calada
Repetitivas preces em busca de um alento
Corações desafiam existir sem movimento
Poucas velas derramam fraco facho de luz
Espreitadas pela lua minguante sobre a cruz
Projetos perdidos nas esquinas do impossível
Impõem ao cotidiano malabarismos incríveis
Lamentos ocultos entre risos e falsa alegria
Degradação estrutural diante da melancolia
Rompidos os diques represadores do medo
Libertas as almas de angústia e segredos
Desenham no ceú o pentagrama do amor
Onde esculpem sinfonia do existir em flor.
(Ana Stoppa)