Ouvindo Florbela

O silêncio absoluto da madrugada é quebrado pelo CD.
Ensaio a poesia: ela não vem.
Insisto, mas Florbela me detém.
Sua poesia musicada tem gosto de rara emoção.
Sinto-me pequena diante da
sensibilidade extrema dos seus versos.
Espanca meu coração aflito,
 indeciso, em meio a um turbilhão.
Céu nublado,
gritos sufocados,
a caneta titubeia à mão.
Desisto!
Rendo-me à sua poesia:
musicada ou não.
Florbela,
mulher letrada,
pioneira em sua estrada,
neurose escancarada,
vai além da imaginação.
Eu,
nas suas entrelinhas, sou esperança
de rever a vida e suas tramas,
reinventar-me poeta na solidão.
 
Rogoldoni
13 04 2012

Poesia publicada na Antologia
Poemas à Flor da Pele V. 5

Editora Somar de Porto Alegre
2012



Rosângela de Souza Goldoni
Enviado por Rosângela de Souza Goldoni em 07/05/2012
Reeditado em 24/08/2012
Código do texto: T3654433
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