Face Orvalhada
Tem certos dias,
Que não sinto a caricia do vento
Murmurando pelos laredos d’ alma,
Comungando em segredo com silêncio
Amigo divagador do verso oriundo da brisa!
A bom bordo da nave,
Diante da praia ouço da areia a canção
Pairando dentre as estações,
Relíquias do tempo e do espaço
Dando aconchego ao olhar de solidão!
Mesmo incerto da próxima onda,
Deixo a este bordo, reversos perdidos,
Sem a imagem que inebria meus avessos
Mais insanos brotos já desabrochados,
E ainda altivos percebendo o orvalho das manhãs!
Em pequenos detalhes,
A poesia se formou, se fez flor,
Ensinou-me que o verbo
É tão grande quanto o universo!
Com as lágrimas que habitaram
E ainda habitam minha face,
Componho minha partitura em amor,
Clarividente na luz devaneando pelo luar!
Auber Fioravante Júnior
13/04/2012
Porto Alegre - RS