ESPERA

***

As minhas noites acordadas vão...
E a saudade no peito desperta,
No quarto escuro canta a solidão
Num peito inculto de uma espera incerta.

Abro as portas de um peito deserto...
Destranco os medos, deixo a luz entrar,
E a demência que meu ser inventa
Faz -me rever a luz do seu olhar.

O dia vem, nasce uma esperança
A espargir-se, em em minha ilusão,
Abro a janela de um mundo distante;
E me encontro com uma espera em vão.

E assim eu sigo num mundo sem rumo
Onde a esperança labuta, encontrar
Aquele moça que um dia se foi...
E com promessas prometeu voltar.


***
 


 
Ps. Joana é uma moça de família, lá das bandas do meu sertão. Quando mocinha, teve um namoro com Venceslau, um sujeito andarilho; daquele tipo que não faz parada longa em cidade alguma.
Pois bem, Venceslau namorou Joana por oito meses, sempre prometendo-lhe um casamento digno  de uma moça donzela. Só que um belo dia o Andarilho meteu os pés no mundo, sem deixar noticias pra aquela moça, que até hoje ao longo dos seus cinquenta e um ano, espera incessantemente á volta daquele que um dia lhe prometeu amor eterno . Ouvi todo seu relato e me veio esta inspiração.




 










Vantuilo Gonçalves
Enviado por Vantuilo Gonçalves em 11/04/2012
Reeditado em 11/04/2012
Código do texto: T3606191
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.