Ainda que caia...
Morro do que há no mundo:
do que vi, do que ouvi. Morro do que vivi.
Morro comigo, apenas:
com lembranças amadas, porém desesperadas.
(Cecília Meireles)
Também sinto que morro nesse espaço,
Sem saber que sentido dar à vida:
Se um momento meu corpo é todo abraço,
No seguinte se mostra só ferida.
Sei que morro e revivo em cada passo
Sei que o mundo - uma hora - é Acolhida,
Mas no todo caminha em descompasso.
O que importa, Cecília, é que esse traço,
Mesmo em baixa, prossegue na subida.
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