TUDO PASSA
Saiba-se que tudo na vida passa
Como o vento que do norte vem
No mar se arrasta bem rápido e frio
Um amor, um sussurro, uma farsa
Iludindo, enganando, tornando refém
Um coração que dói de ardor sem brio
Pelo que sofrera as mãos da insanidade
Temerosamente passou a si mesmo vencer
Querendo a pura ternura que à saciedade
Do acalanto de um mero carinho poder reter
Que só encontrou á sua volta asperidade
Quando viu a ilusão em seu intimo se perder
É... tudo mesmo na vida costuma passar
Sem deixar rastros, sinais, ou parada
Só sofrimentos, da vaga e mísera herança
De que um dia frio tivera o puro amar
Deixou-se levar pela vida a fora o nada
Sem desejos, calor, ardor ou lembrança