Quando A Tarde Fecha Suas Janelas

Quandoa tarde fecha suas janelas remotas,

Suas portas invisíveis,

Por poeiras, fumaças, cinzas

Escuras inpalpáveis,

Lentos como o trabalho da morte

No corpo do menino,

Vão crescendo;

Quando a tarde, enfim, se recolheu

O último flash de luz, a ultima nuvem

O reflexo esquecido e o som interrompido,

A noite surge silenciosamente

De ranhuras secretas,

De cantos ocultos,

De bocas entre abertas,

De olhos insones.

A noite surge como uma fumaça densa

Do cigarro e da chaminé

A noite surge coberta por seu manto de poeira.

E poeira sobe, lenta.

E de um céu impassível,

Cada vez mais perto e mais compacto,

Chuva cinza.

Quando a noite de de fumaça, de poeira e de cinza

Envolve a cidade, os homens são

Suspensos por um instante,

Porque nasceu neles, com a noite, o desejo.

Leahndro Bunton
Enviado por Leahndro Bunton em 02/04/2012
Código do texto: T3589685
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