A denúncia dos olhos

Os olhos são seres escandalosos,

E dão uma tremenda bandeira;

Se ela passa, ei-los, sequiosos!

Na janela, queira ou não queira...

Refazem-se, pouco aqui, pouco ali,

Alongam seu raio, displicentes;

Mirando o chão num ridículo fingir,

a droga da bandeira novamente...

Já sei, vou evitar de encontrá-la,

numa distância segura, pode ser;

dessa forma declararei amá-la,

qualquer mentecapto pode ver...

Ah, o sítio de nudismo da paixão!

Todos pelados, comum essa clava;

Ignoro os macetes que tinha Adão,

Quando nu, não se envergonhava...

O jeito é saltar sobre a ribanceira,

Sei que é fraqueza, a vitória da sede;

Porém, se ela resolver dar bandeira,

Será um encanto, bandeira verde...